segunda-feira, dezembro 4

Crónicas de Um Adepto de Bancada, por Nuno Pinto Leite

Cascais 25 - CDUP 12
(1 de Dezembro 2006)
Não posso iniciar esta crónica sem, antes de mais, agradecer ao João a possibilidade de participar num espaço sobre Rugby. Não nasci (infelizmente) jogador, nem, durante muitos anos, soube apreciar e desfrutar de um bom jogo de rugby.
Desde o ano passado, altura em que me pediram para acompanhar de perto o feitio irreverente de Martim Yglesias, que a minha visão mudou: passei a conhecer melhor este desporto, os seus princípios, as suas regras e, sobretudo, a sua mentalidade.

Passei a marcar presença no Caldeirão simultaneamente enquanto adepto e apreciador de um bom jogo de Rugby, e já não como pretexto para estar com os amigos. Acompanhei semanalmente a carreira da equipa, e não posso deixar de sublinhar, por um lado, o espírito e o balneário fantástico que existia (e que espero que continue a existir) e, por outro, a enorme alegria que foi ver o Cascais, contra todas as expectativas, a derrotar o CRAV numa final que chegou a assumir contornos dramáticos.

Não saberei, certamente, tanto de rugby como o saberão a esmagadora maioria dos leitores deste espaço. Não pretendo, por isso, com esta crónica, impor a minha opinião ou os meus comentários, apresentar uma solução de jogo que resolva este ou aquele problema, nem tão pouco opinar sobre tácticas ou estratégias adoptadas e a adoptar, nem muito menos avaliar a performance de cada um dos jogadores.

Pretendo apenas passar a escrito a visão de alguém que assistiu ao jogo. Nada mais que isso.

As expectativas eram altas para este primeiro jogo, era o regresso de um gigante do Rugby português à primeira Divisão, investiu-se dinheiro, contrataram-se jogadores nacionais, internacionais e estrangeiros, iniciou-se a época com uma (semi) chicotada psicológica e incorporou-se no corpo técnico um ex-jogador e uma referência deste clube.

Até aqui as exibições tinham sido fracas, incapazes – sejamos sinceros - de empolgar uma qualquer massa associativa, por mais fanática que ela fosse: a equipa não se comportou nunca como uma equipa, consentiu sempre muitos pontos às equipas adversárias, havia jogadores importantes sem a vontade e a alegria de outros jogos, os níveis de concentração eram baixos, a atitude e mentalidade estava longe de ser combativa e ganhadora.

Sexta-feira a equipa apareceu diferente. Com outra mentalidade, com outra confiança, com outra determinação e, sobretudo, com outra concentração. Cada um sabia o que tinha que fazer, a equipa preocupou-se, antes de mais, em defender, em manter o jogo no campo adversário e só depois em marcar pontos. Bastou, aliás, ver o aquecimento para ver como cada um foi interiorizando o papel que iria ter em campo e, sobretudo, para ver como iria ser difícil a equipa adversária superar a mentalidade agressiva e combativa com que a equipa foi para dentro de campo.

É verdade que a equipa teve também alguma estrelinha: aos 25 minutos de jogo estava a ganhar 17-0 com dois ensaios atípicos e que, certamente, não se voltarão a repetir tão cedo. Mérito do reforço Croata, sem dúvida. Mérito da equipa que soube aproveitar o erro do adversário, também sem dúvida. Mas alguma sorte….

Mas essa pontinha de sorte foi fundamental: deu (ainda mais) confiança, a equipa começou realmente a acreditar que podia ganhar, a defender com mais convicção. Estava de fora e sentia que não ia ser fácil ao CDUP chegar à linha de ensaio do Cascais. Os que estavam em campo estavam, realmente, a dar tudo.

O Cascais acabou, assim, por fazer uma excelente primeira parte, não consentindo um único ponto à equipa adversária (há quantos jogos é que isto não acontecia?), apenas manchado pela expulsão de Maxi, jogador que ao mesmo tempo que demonstra uma capacidade de ultrapassar a linha de vantagem verdadeiramente impressionante, tem um sangue latino que, neste jogo, valeu uma “expulsão” infantil numa altura muito importante e uma desconcentração chocante que valeu um ensaio à equipa adversária!...

Na segunda parte, com a entrada do internacional Malheiro, as coisas chegaram a estar – desnecessariamente – complicadas, a massa associativa temeu o pior, mas valeu não só o grande jogo defensivo da equipa, com especial destaque para a primeira linha e para os dois (super) asas, e ainda para o génio latino de Maxi que, com dois pontapés e um ensaio, arrumou uma questão que começava a ser complicada.

Não posso concluir esta crónica sem mencionar um jogador que, para mim, tem que merecer nota máxima: “Muri” de seu nome. Para além de ser tecnicamente um jogador brilhante, tem uma mentalidade vencedora e uma raça que são impressionantes, e que, a meu ver, contribuíram decisivamente para contagiar o resto da equipa… Que grande reforço!

A terminar, um pequeno senão: não houve uma única bola que tivesse chegado aos centros e, muito menos, aos pontas…. Vamos lá fazer uma jogadinha de três quartos!

No próximo jogo, fora contra os campeões nacionais, e já com o regresso desse enorme potencial (que teima em virar jogador!) que é Martim Yglesias, espero sinceramente a continuação desta atitude, desta mentalidade, desta vontade de ganhar todas e cada uma das bolas em disputa.

Ninguém exige a vitória. A pressão está do lado deles. O único objectivo é fazer melhor que no jogo anterior.

Um enorme abraço a todos e a esperança verdadeira de voltar a ser convidado a participar neste espaço,

NPL

7 Comments:

At 12:19 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Já tive oportunidade de agradecer o empenho do amigo NPL, na sua primeira crónica! Aproveito para o fazer em público.

 
At 9:14 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Parabéns pela iniciativa, irei participar com muita alegria.

 
At 9:36 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Martim Bettencourt,

Respondendo à tua pergunta, é com alegria que te posso dizer que o primo Martim, ou Yglesinhas, ou mesmo "Pequeno Martunis", que é como é conhecido aqui pela Costa do Sol, já poderá jogar na próxima jornada! Agora, a posição, a mim paplpita-me o 10...
Abraço!

 
At 12:53 da manhã, Anonymous Anónimo said...

Comno é que o Cascais conseguiu contratar o Muri?

 
At 2:30 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Como?! Da mesma maneira que conseguiu contratar o Maxi ..pagando!

 
At 7:20 da tarde, Anonymous Anónimo said...

épá axo um blog uma excelente ideia,mas comentarios de pseudo intelectuais q não percebem nada de rugby é q são escusados...mas é só uma opinião...

 
At 7:34 da tarde, Anonymous Anónimo said...

podiam pôr o gil campese a fazer uma cronica...ele não tem ido aos jogos pq ainda pensa q os mesmos sao no hipodromo e dirige se sempre pa la á hora certa...amanha alguem q o vá buscar ás14.30 ao parque marechal carmona sff

 

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